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terça-feira, 19 de outubro de 2010

05.02-007

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São Luís (MA), quarta-feira, 2 de março de 2011


Pitaco do Machado
A farra dos Blocos Tradicionais

É necessário fazermos um trabalho de concientização entre os componentes de todos os blocos  tradicionais principalmente no tocante a sua organização. Os blocos tradicionais tem que deixar esse regime patriacal. O blocos não são de Fulano,Cicrano, Beltrano, Família Cicrano, Família Beltrano, Aquele, Aquela, Esse outro, etc....
 Eles tem que funcionar realmente como Associação, tem que se aproximar da sua comunidade, tem que associar os seus componentes com direito a voz e votos, com direitos assegurados e com os seus deveres perante a Associação. Possuindo uma diretoria realmente escohida pelo voto, e não um grupamento que seja indicado por quem se diz "Dono do Bloco" e assim fica balançando a cabeça pra tudo o que querem essas pessoas. Precisamos tirar os blocos de dentro das suas casas, pois isso é uma das coisas que dá o direito para A, B ou C acharem-se "Donos do Bloco".
 É hora do Ministério Público começar a auditar essas Associações que foram registradas como Blocos Tradicionais e ver quantos sócios realmente tem, quantos diretores estão realmente associados, como foram montadas suas diretorias, qual a data da última eleição, porque na sua maioria podemos considerá-las Associações fantasmas.
 A receita estadual e o Tribunal de Contas do Estado e do Município deveriam auditar suas prestações de contas, afinal são mantidos na sua maioria pelo poder público, e aí veremos o quanto realmente foi aplicado nas fantasias e despesas da brincadeira e o quanto foi parar nos bolsos de alguns "Donos do Bloco". 
 Feito isso com certeza obrigaríamos essas Associações a criarem mais vínculos com a comunidade onde estão inseridas e os seus componentes, e aquelas que não têm menor condição de existir possam ser extirpadas do processo, inclusive sobrando recursos para aquelas que realmente funcionem como Associação e tragam benefícios para a comunidade através de um trabalho social. Criar uma Associação só para receber recursos da FUNC, da SECMA ou do Governo Federal só pra fazer carnaval é muito fácil.
 Faz-se necessário criarmos dispositivos que diminuam esse aumento acelerado de Agremiações, para um bloco em Brasília por exemplo receber recursos via Liga dos Blocos Tradicionais eles precisam ter no mínimo 10 anos de existência, no Maranhão não, um grupamento brigou com o "Dono de Bloco X" saiu de lá, reuniu mais algumas pessoas, assinaram uma ata de fundação e registraram em Cartório, expediram um CNPJ, mandam fazer contratempos, retintas e ganzares, tocam a batida 3x2, conseguiram chegar na passarela no horário, no outro ano já recebem verbas do governo estadual e municipal, pronto são considerados Tradicionais. É preciso acabar com essa farra.
 Quando os blocos chegarem a esse nível de organização quem sabe poderemos pensar num resgate do nosso verdadeiro carnaval de rua.

Henrique Machado
Ritmista e Compositor Maranhense
Fone: (61) 8124-7954 - Brasília - DF


Atenção: A CBT não se responsabiliza por opiniões e colocações nesta página que são de total responsabilidade do autor.


3 comentários:

  1. “Sem comentários a comentar”
    Quero ser solidário à preocupação do Machado, no que o mesmo trata em seu artigo “A farra dos Blocos Tradicionais”, não é só preciso conscientização, mas no tocante a organização, é preciso uma capacitação através das ferramentas de Gestão Cultural. É entender política cultural como processo de desenvolvimento cultural. O termo utilizado pelo amigo Machado “Farra”, dentro dos blocos tradicionais representa o que a palavra significa na essência, farra quer dizer, troça, o mesmo que zombaria, folia, o mesmo que brincadeira, na verdade ninguém tem o compromisso com a cidadania cultural. É preciso de fato uma política pública de cultura séria, que regule ações em prol da comunidade a partir de mecanismo como poder de Estado e não poder de governo, e ai está o mal entendido entre “o dono do bloco” e “o presidente da manifestação popular”, o que é privado e o que é comunitário social?
    Mas isso ainda é pauta para tantas discussões na área de Gestão Cultural, ao invés de se perguntarem a todo instante “quanto é que vamos receber do Estado ou do Município?” grande preocupação com a mão no bolso.
    Fico por aqui, e convido a todos a fazer uma visita em nosso blog “Gm-producao.blogspot.com”, estamos ainda em fase de construção, mas a sua visita será mais do que uma honra ainda virgem.

    Gigi Moreira
    Ator e diretor de teatro,
    Músico, compositor e cantor,
    Produtor Cultural e por ai vai...

    Contato: 98 88365485
    gigimmoreira@hotmail.com
    gigimmoreira@gmail.com
    Gm-producao.blogspot.com

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  2. GLEYDSON GOMES hoje em SÃO PAULO, componente do bloco tradicional campeão do carnaval '' OS TREMENDÕES'' um abraço atodos pelo site e so tem a enaltecer a esta cultura bela e maravilhosa dos blocos tradicionais valeu!!!

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  3. Nota 10 pela não dependência do poder público; Pena que é apenas uma ilusão. Toda cultura popular no Brasil depende do Governo. Não vivamos num mundo de faz-de-conta. Vivamos o real. O ideal ainda não chegou.

    Quanto a famílias que cuidam dos blocos, isso também faz parte da tradição. Querer que os blocos deixem as casas de seus fundadores para tentar conseguir sedes próprias ainda é uma idéia, uma idéia apenas, que não chega a ser a correta. Pouquíssimos já conseguiram. Se não fossem essas famílias, a dedicação que essas famílias têm para com os blocos, essas manifestações já haviam se acabado há muito tempo. Essa é uma realidade mundial. Se não for um grupo, uma vertente, não existe a manifestação. Componente não paga conta. Só quer encontrar pronto e não arca com responsabilidade. Não sabe de onde vem. Faz pouco caso. É só por época e olhe lá. Isso é que não está certo. Coisa muito comunitário vira terra de ninguém e está fadada ao extermínio. Vide o tosco comunismo e o rídículo socialismo.

    Um bloco pertencer a uma comundidade? Onde já viu isso? Nem na Bahia, nem no Rio, nem em lugar algum. Nem no Haiti.

    E, se você, leitor, criasse um bloco, daria de bandeja pro primeiro aventureiro? A Cia. Barrica, por exemplo, possui um bloco muito bom (mesmo não sendo tradicional), recebe verba pública e possui seus donos. E precisa haver donos. Toda regra, claro, tem exceção.

    A realidade cultural do Maranhão é assim, em todas as categorias de manifestações. As entidades, por Lei, precisam ter suas diretorias, mas na verdade é um grupo que toma conta, não é a diretoria e muito menos componentes. Não é que estejam vivendo em modelo patriarcal, mas tradicional. Não se muda isso de uma hora pra outra. Nem deve. Demora gerações.

    É fácil escrever de longe e criticar. Quem vive na pele e no bolso é quem sabe, meus queridos.

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