Visitas Para Blogs -->

terça-feira, 12 de outubro de 2010

05.02.004

Seja bem vindo na Casa do Bloco Tradicional
Rua Isaac Martins, 175 – Centro (em frente a Fonte do Ribeirão) - (98)3212-8295 / (98)8129-5958 – casadobloco.slz@gmail.com
Você está na Sala de Imprensa ► Pitaco
 A Casa do Bloco Tradicional não se responsabiliza por opiniões, declarações ou idéias contidas em matéria assinada que são de responsabilidades dos autores.

Diz isso não seu moço!...
Olha que não sou de queimar com pouca coisa, mas hoje foi demais quando li no Facebook, postado por uma ludovicense morador da distante Brasília (DF), que Bloco Tradicional é arremedo do Axé baiano.
Nem respirei, não tinha como respirar, antes de responder indignado. Não, não fui às vias dos fatos e nem arrebentei o teclado (coitado, não tem culpa desses moços falarem (escreverem) besteira.
Está bom, e também certo, de que algumas de suas colocações até que são verdadeiras quando afirmou da diminuição dos tambores tradicionais, mas daí a dizer que a maioria dos blocos tradicionais não mais utilizam coros em seus contratempos, marcações e retintas foi demais! E olhem que o moço diz ter sido dirigente de um “bloco tradicional” aqui em São Luís e que já havia desfilado em quase todos os 46 (na realidade são 48) blocos.
Olhe aqui seu moço, diga isso não que você não sabe o que fala. Mas o pior é que ainda está lá no facebook e que centenas de pessoas, que não conhecem a manifestação genuinamente nossa, estão lendo e leram antes de mim e, com certeza, viram ali uma verdade.
Fazer o que meu neguin? Tive de responder pelas centenas de usuários facebook que, mesmo conhecendo e praticando Bloco de Ritmo, nada fizeram. Apenas leram e deixaram que outros lessem e vissem verdade em uma mentira deslavada.
Para melhor entender saibam que foi nos idos dos anos 20 e principio dos 30 (1920 / 1930) que surgiram os primeiros agrupamentos de blocos de ritmo (hoje tradicionais) aqui em São Luís. Na década de 60 (1960) surgiram as Tribos de Índios – outra manifestação nossa – e que até mesmo nossos instrumentos são criação nativa. Não sei ao certo desde quando os baianos saraculejam em blocos de axé, acho que foi lá pelos anos 50 ou 60 muito depois de nossa rapaziada botar o bloco na rua.
Está certo seu moço que nossa marcação já não é aqueles dinossauros imensos em que, os pobre, batuqueiros suavam como tampa de chaleira para cuidar da marcação do ritmo e nem nossos contratempos continuam imensos. Mas o moço há de convir que até mesmo o bonde evoluiu e virou metrô andando metido pelo bucho da terra, tinha de evoluir minha gente, claro que tinha!
Dizem os antigos que isso alterou o som final, acho que alterou. Mas tinha que evoluir, não tinha? Já pensou se o computador continuasse sendo aquele prédio de três andares que fazia pouco menos que uma calculadora, dessas vendidas pelos marreteiros da Rua Grande? Onde, criatura de Deus, a gente poderia andar com um debaixo do sovaco? Evoluíram, não evoluíram? E hoje o mundo está cheio desses meninos andando com notebooks em vez daquela montanha de livros dependurados na carcunda, não tem?  
Mas o bloco tradicional não evoluiu tanto! É certo que já não se vê mais fofões batucando como nos idos 30 e nem a moçada cantando e assoviando como faziam, porque? Eu sei que também você, moço de Brasília, sabe que a incorporação dos instrumentos de corda deu-se em função do Concurso na Passarela do Samba – Bloco de Ritmo é uma manifestação em roda (círculo) sem hora de começar e nem de terminar, diferentes dos 15 minutos em que são obrigados a cumprir no desfile – e que o carro de som é cria dessa maldita pratica imposta pela Comissão do Carnaval. Mas daí a afirmar que nosso Bloco de Ritmo é arremedo do Bloco de Axé baiano é demais...
Quer saber seu moço! Quando vier por aqui, dê uma encostada na Casa do Bloco Tradicional que lhe ensinaremos a verdade!
Mas não diga isso não, seu moço!

X
Retornar para

Retornar para
xxxx

Um comentário:

  1. Amigos o texto abaixo não é de minha autoria como afirma o Senhor Ubiratan apenas publiquei por concordar com algumas das afirmações mantidas e gostaria de ratificar e complementar o Título Blocos Tradicionais: a baianidade maranhense ou Cópia da Cópia? Não devemos copiar o que nos foi copiado.

    Da década de 90 até os dias de hoje podemos observar a enorme transformação que sofreram os blocos tradicionais. Fazendo com estes mesmos encontrem-se bastante descaracterizados, parecem mais cópias mal feitas dos blocos de axé-music.

    E não é difícil comprovar o que afirmo nas primeiras linhas desse artigo basta observar primeiro a grande quantidade de blocos filiados às Associações, isso seria muito bom se a maioria dos blocos existentes, principalmente os do Grupo B, não fosse um agrupamento de componentes de vários outros blocos do Grupo A.

    A maioria dos brincantes não possuem nenhuma identificação com nenhum dos blocos e algumas agremiações depois que passam na passarela não saiem no outro dia por que "os componentes" não aparecem ou saem reduzidos, isso quando o grupo aparece na avenida ou pela falta de estrutura chegam atrasados ou desfilam pela metade - faltando chapéus ou botas. O importante não é brincar no bloco que gosta, mas fazer números para que alguns possam se locompletar dos recursos públicos investidos para essa categoria. Se pegássemos esses 46 blocos existentes e realizármos uma triagem acho que não chegariamos a 20 BLOCOS.

    Bloco tradicional virou bumba-meu-boi (não desrespeitando essa importante manifestação cultural do nosso estado) só apresentam-se em pontos previamente definidos pela FUNC ou pela SECMA, para receber o seu gordo caché. Acabaram a muito com os assaltos carnavalescos, as visitas de casa em casa e as apresentações ocorrem na maioria das vezes as altas horas da noite. No último carnaval, conferi em um ponto da Madre Deus por volta da meia noite 10 pessoas assitindo um bloco, detalhe era somente a primeira apresentação daquela brincaderia.

    Não desfilam mais pela ruas, só andam montados em ônibus pra cima e pra baixo, é mais fácil encontrarmos um bloco tradicional pelas ruas da Madre Deus no pré-carnaval do que na temporada momesca. É nessa período que a baianidade maranhense aflora em vez das ex-luxuosas fantasias ricamente bordadas , na sua maioria bancadas pelo poder público, "Abadás" e carros de som, só não colocam trio elétrico porque as ruas e vielas da cidade não comportam.

    Os contra-tempos diminuem de tamanho a cada ano, Sem dizer que eram artesanalmente decorados, agora pintam somente a base de branco e colam adesivos. Não vai demorar muito teremos esses instrumentos cobertos com pele de naylon e repercutidos com baquetas (o próprio Olodum) e em vez de retintas o velho repique das escolas de samba. O que precisam é imitar o blocão do bicho Terra, o mais baiano dos grupos maranhenses.

    O ritmo descadenciou e na avenida não conseguimos mais escutá-los pois estão abafados pela altura do sistema digital de som utilizado nos desfiles.

    E viva a bahia e viva o olodum. Esqueçamos Os Boemios, Os Versáteis, Os Vigaristas, O Pierrot, Os Foliões e Os Tremendões. O importante é imitar a Bahia!

    ResponderExcluir

Identifique-se, comentários anônimos não serão aceitos