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quarta-feira, 13 de outubro de 2010

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A Páscoa
Páscoa, uma das mais importantes festividades do mundo cristão.
Desde o mundo antigo, a páscoa consiste em uma das mais importantes datas do calendário de festividades do mundo cristão. Sua mais conhecida conotação religiosa se vincula aos três dias que marcam a morte e a ressurreição de Jesus Cristo. Entretanto, muitos estudiosos tentam dar outra interpretação a esse fato, trazendo uma consideração, uma visão menos denotativa à história da ressurreição.
Em uma perspectiva histórica da formação das crenças cristãs, alguns estudiosos apontam que o cristianismo, ao florescer em sociedades marcadas pelo politeísmo e por várias narrativas míticas, acabou incorporando a ideia de imortalidade presente em outras manifestações religiosas. De acordo com os pesquisadores M. Goguel, C. Guignebert, e A. Loisy, a morte trágica seguida do processo de ressurreição vinculada a Jesus em muito se assemelha às histórias de outros deuses como Osíris, Attis e Adônis.
Estudos mais recentes apontam que essa associação entre a páscoa cristã e outras narrativas mitológicas está equivocada. A própria concepção de mundo e as funções pelas quais o processo de morte e ressurreição assumem nas crenças orientais e greco-romanas não podem ser vistas da mesma maneira que na construção do ideário cristão. O estudioso A. D. Nock aponta para o fato de que no cristianismo a crença na veracidade da história bíblica é uma chave fundamental de seu pensamento ausente na maioria das religiões que coexistiram na Antiguidade.
Interpretações mais vinculadas à própria cultura judaica e à narrativa Bíblica apontam a Páscoa como uma nova resignificação da festividade de libertação dos hebreus do cativeiro egípcio. Nessa visão, a libertação do cativeiro, enquanto um episódio de redenção do povo hebreu, se equipararia à renovação do Cristo que concedeu uma nova esperança aos cristãos. Apesar de a narrativa bíblica afirmar que o episódio da ressurreição foi próximo à festa judaica, a definição do dia da Páscoa causou uma contenda junto aos representantes da Igreja.
No ano de 325, durante o Concílio de Niceia houve a primeira tentativa de se estabelecer uma data que desse fim às contendas com respeito ao dia da Páscoa. Mesmo tentando resolver a questão, só no século XVI – com a adoção do calendário gregoriano – as dificuldades de se precisar a data da páscoa foram amenizadas. A data ficou estipulada no primeiro domingo, após a primeira Lua cheia do Equinócio da Primavera, entre os dias 21 de março e 25 de abril.
Mesmo sendo alvo de tantas explicações e contendas, a Páscoa marca um período de renovação entre os cristãos, onde a morte de Jesus deve ser lembrada com resignação e alegria. Ao mesmo tempo, traz aos cristãos a renovação de todo um conjunto de valores fundamentais à sua prática religiosa.
O Ovo e a Páscoa
De onde veio essa cobiçada iguaria do período pascoal?
Na Páscoa, a celebração da morte e ressurreição de Cristo serve como um momento especial para que os cristãos reflitam sobre o significado da via e do sacrifício daquele que fundou uma das maiores religiões do mundo. Contudo, muitos não conseguem visualizar qual a relação existente entre essa celebração de caráter religioso com o hábito de se presentear as pessoas com ovos de chocolate.
Para responder a essa pergunta, precisamos voltar no tempo em que o próprio cristianismo estava longe de se tornar uma religião. Em várias antigas culturas espalhadas no Mediterrâneo, no Leste Europeu e no Oriente, observamos que o uso do ovo como presente era algo bastante comum. Em geral, esse tipo de manifestação acontecia quando os fenômenos naturais anunciavam a chegada da primavera.
Não por acaso, vários desses ovos eram pintados com algumas gravuras que tentavam representar algum tipo de planta ou elemento natural. Em outras situações, o enfeite desse ovo festivo era feito através do cozimento deste junto a alguma erva ou raiz impregnada de algum corante natural. Atravessando a Antiguidade, este costume ainda se manteve vivo entre as populações pagãs que habitavam a Europa durante a Idade Média.
Nesse período, muitos desses povos realizavam rituais de adoração para Ostera, a deusa da Primavera. Em suas representações mais comuns, observamos esta deusa pagã representada na figura de uma mulher que observava um coelho saltitante enquanto segurava um ovo nas mãos. Nesta imagem há a conjunção de três símbolos (a mulher, o ovo e o coelho) que reforçavam o ideal de fertilidade comemorado entre os pagãos.
A entrada destes símbolos para o conjunto de festividades cristãs aconteceu com a organização do Concilio de Niceia, em 325 d.C.. Neste período, os clérigos tinham a expressa preocupação de ampliar o seu número de fiéis por meio da adaptação de algumas antigas tradições e símbolos religiosos a outros eventos relacionados ao ideário cristão. A partir de então, observaríamos a pintura de vários ovos com imagens de Jesus Cristo e sua mãe, Maria.
No auge do período medieval, nobres e reis de condição mais abastada costumavam comemorar a Páscoa presenteando os seus com o uso de ovos feitos de ouro e cravejados de pedras preciosas. Até que chegássemos ao famoso (e bem mais acessível!) ovo de chocolate, foi necessário o desenvolvimento da culinária e, antes disso, a descoberta do continente americano.
Ao entrarem em contato com os maias e astecas, os espanhóis foram responsáveis pela divulgação desse alimento sagrado no Velho Mundo. Somente duzentos anos mais tarde, os culinaristas franceses tiveram a ideia de fabricar os primeiros ovos de chocolate da História. Depois disso, a energia desse calórico extrato retirado da semente do cacau também reforçou o ideal de renovação sistematicamente difundido nessa época.

O Coelho e a Páscoa
Porque o coelho passou a ser um símbolo da páscoa e curiosidades ao longo da história.
Na Antiguidade, os povos escolheram a lua para determinar a data da páscoa. Como o coelho era tido como um símbolo da lua, passou também a ser considerado um símbolo da páscoa.
Os coelhos são mamíferos, roedores, que se reproduzem de forma rápida, tendo grande fertilidade. O seu período de gestação não passa de quarenta dias, tornando-se símbolo da preservação da espécie.
Para os cristãos, a páscoa é marcada pela ressurreição de Cristo, pelo Seu renascimento, pelo surgimento de uma vida nova. Além disso, a sexta-feira santa é a data assinalada pelo sofrimento e crucificação de Cristo.
Existem algumas curiosidades sobre a história do coelho da páscoa. Na Alemanha, as crianças esperam ovos dos coelhos. As crianças tchecas confiam que os presentes são ofertados por uma cotovia (ave campestre). Na Suíça, são os cucos que levam os ovos de presente e, no Brasil, a tradição do coelho, que veio no final do século XIX.
Outra história põe sentido à tradição do coelho representar um símbolo da páscoa, uma vez que este simboliza a igreja. A igreja tem a missão fecunda de propagar os ensinamentos cristãos, a palavra de Deus, para todos os povos; sem distinção, ou seja, aumentar a quantidade de discípulos. Assim, uma grande quantidade de pessoas é representada pela fertilidade do coelho.
Há uma lenda que marca a história do coelho da páscoa. Ela conta que uma mulher pobre, que não tinha como presentear seus filhos no domingo de páscoa, cozinhou alguns ovos de galinha e os pintou. Ela teve a ideia de colocá-los dentro de um ninho e escondê-los no quintal da casa, entre as plantas. Quando as crianças encontraram os ovos, um coelho apareceu por perto e fugiu; as crianças acreditaram que ele havia colocado os ovos para elas, assim a história se propagou.

x.

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