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domingo, 12 de setembro de 2010

05.02.001

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Porque Não nos Olham?
Estava todo alegre quando o jornaleiro jogou, em minha varanda, os matutinos da quarta-feira. Não é de minha índole ir com muita sede ao pote, mas aquele era um dia especial: em todos eles cadernos comemorando os 298 anos de São Luís, minha amada e sempre presente cidade.
Peguei o primeiro, folheei espiando as notícias sem tirar o olho do calhamaço que um jornal – algo em torno de umas oitenta páginas ricamente ilustradas – e foi para ele que me debrucei e li cada uma das matérias me sentindo o homenageado. E olhe que falaram e escreveram de tudo, desde as mazelas das ruas esburacadas até as coisas que alegram o ilhéu. Escreveram muito e até de coisas dos anos 1600, dos bumbas-meus-boi, das rodas de Tambor de Crioula, de Capoeira, das Escolas de Samba e até dos barracões de Reagle que atazanam os ouvidos pela periferia. Nem obre aquele gari que vive suando a camisa varrendo nossas ruas deixaram de escrever, mas não falaram do Bloco Tradicional, nos esqueceram como se fossemos invenção de estrangeiros.
Ninguém lembrou que foi nos anos 40 que um bando de rapazes se juntaram para criar o que, ao lado do Tambor de Crioula, é genuinamente coisa nossa. Ninguém sabe o que sabemos e das coisas que estamos fazendo para que o Bloco Tradicional, brincadeira genuinamente ludovicense, seja reconhecido como Patrimônio Imaterial do Brasil.
Não! Ninguém liga se pelas ruas centenárias nossos cortejos alegres alegram ao ilhéu, tiram da cabeça os problemas que atazanam o dia-a-dia. Ninguém se lembra que o toque da retinta, respondendo ao zoar cheio do contratempo pincelado pelo soar malandro das cabalas e o requintar dos chocalhos formando um soar cadenciado não é ouvido em lugar algum a não ser aqui nessa Ilha que completou 398 anos.
Não! Eles preferem dizer da Ilha regueira, da Ilha das Escolas de Samba e dos bumba-meu-boi como se fossem eles crias de São Luís e não são!
Devo confessar que gostei de tudo o que li, gostei das homenagens aos nossos escritores, gostei do que escreveram e poetizaram sobre minha cidade, afinal também sou cria de São Luís. E porque meu sentir magoado?
Será que é preciso escrever novamente que não escreveram uma única linha sobre o Bloco Tradicional? Pois é, não escreveram...

Ubiratan Teixeira Filho
Pesquisador INRC, magoado!


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xxx

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